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A nova revolução do rock pode ser via Inteligência artificial

Em um cenário ainda repleto de incertezas, a inteligência artificial já impulsiona mudanças na indústria musical e o rock, nesse sentido, é um gênero muito visado

Redação Culturize-se

Em meio às reiteradas celebrações pelo Dia Mundial do Rock, a data ganha contornos diferentes em 2023 por conta do advento da inteligência artificial e o grande fluxo disruptivo que ela oferta à indústria da música, no geral, e ao gênero, em particular.

Na última semana, um comercial que promovia um dueto entre Maria Rita e sua mãe Elis Regina provocou intensos debates nas redes sociais. Trazer de volta à vida músicos do passado não é a única coisa assombrosa que essa tecnologia está proporcionando.

Exemplos dessa realidade de muito receio e grandes possibilidades é o uso da voz de Freddie Mercury, falecido vocalista do Queen, em um cover da música “Yesterday” dos Beatles; ou a recriação da faixa “Snuff” da banda de heavy metal Slipknot, substituindo o vocal de Corey Taylor pelo de Chester Bennington, frontman do Linkin Park que faleceu em 2017.

Inteligência artificial impulsiona nova revolução no rock?
Chester Bennington foi alvo de um dos experimentos com IA | Foto: Divulgação

De acordo com Marcus Mendes, apresentador dos podcasts Bolha Dev e Hipster Fora de Controle, focados em IA, da Alura, um ecossistema de ensino tech do Brasil, algoritmos avançados e aprendizado de máquina permitem que a IA analise as obras e o estilo desses músicos, gerando composições inéditas. “Com essa ferramenta, é possível capturar a essência dos artistas na atualidade, de uma forma que mal conseguimos diferenciar se eles mesmos fizeram as gravações ou se foi a tecnologia”, afirma.

Mendes é um entusiasta da tendência. “Ao avaliar e cruzar grandes volumes de dados, a IA pode ajudar a fazer novas descobertas, com novos elementos que reagem em tempo real às faixas criadas, improvisos de instrumentos e muitas outras funções. Em outras palavras, essa é uma ferramenta que pode ser uma grande aliada da criatividade humana”, destaca.

No entanto, o uso de IA na indústria fonográfica levanta questões éticas e legais, especialmente relacionadas aos direitos autorais e plágio. Por exemplo, o Spotify removeu 7% das músicas criadas artificialmente com o aplicativo Boomy devido ao suposto uso de bots, conforme relatado pelo Financial Times.

Para Mendes, estabelecer acordos, contratos e convenções é o maior desafio ao empregar essa tecnologia no cenário musical, mas o estudo dessas questões é válido devido ao seu potencial criativo. “Compreender como as novas formas de produzir, distribuir e consumir música se adaptarão legalmente à realidade atual é um desafio que tanto o mercado quanto os artistas devem enfrentar. Afinal, imagine como o rock e outros gêneros musicais podem evoluir com o desenvolvimento tecnológico. Quem sabe um dueto entre Raul Seixas e Rita Lee? O céu é o limite”, conclui.

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