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MASP inaugura exposição de cerâmicas pré-colombianas

Redação Culturize-se

O Museu de Arte de São Paulo, o MASP, abre na próxima sexta (30), a exposição intitulada “Comodato MASP Landmann – Cerâmicas e Metais Pré-colombianos”. A mostra, que se estende até 3 de setembro, ocupa o espaço expositivo no 2º subsolo do museu e conta com a curadoria de Marcia Arcuri, curadora-adjunta de arte pré-colombiana do MASP, e a assistência de Leandro Muniz, assistente curatorial do MASP.

O evento exibe 721 artefatos pré-colombianos produzidos por povos ameríndios entre os séculos 2 a.C. e 16, e também marca o lançamento de um catálogo contendo três ensaios inéditos em português.

Vaso de alça estribo
Vaso de alça estribo | Foto: Jorge Bastos

Essa é a segunda exposição dedicada ao comodato da coleção de arte pré-colombiana de Edith e Oscar Landmann, que foi emprestada em 2016 ao museu para um período de dez anos. A primeira exposição, que apresentou um conjunto de tecidos, fez parte da programação do ano dedicado às Histórias das Mulheres, Histórias Feministas, em 2019. Anteriormente, em 2017 e 2018, foram realizados dois seminários sobre o mesmo tema. Agora, o público terá a oportunidade de apreciar os objetos do comodato relacionados a 35 culturas arqueológicas do continente americano.

A exposição reúne artefatos que refletem o diversificado repertório de ideias, gestos, técnicas e práticas materializadas principalmente em cerâmica e metal, mas também em madeira, pedra e osso. Esses objetos podem incluir plumas, fibras e pigmentos vegetais ou minerais em suas composições.

Marcia Arcuri ressalta que a história das populações originárias do continente americano é pouco conhecida pela maioria dos brasileiros, sendo praticamente ausente nas referências bibliográficas e nos livros didáticos produzidos no país. No entanto, o conhecimento arqueológico e etnográfico das populações indígenas da América tem sido difundido cada vez mais por meio de iniciativas de museus e outras instituições ligadas às artes.

Recomposição histórica

Para identificar a origem dos objetos das coleções, os pesquisadores utilizam metodologias que buscam identificar semelhanças estilísticas entre diferentes artefatos, com o objetivo de compará-los e analisá-los dentro de um contexto cultural. Com base em informações sobre peças encontradas em contextos arqueológicos, os estilos são associados a determinadas áreas de distribuição e períodos de ocorrência. No entanto, as fronteiras espaciais e cronológicas das chamadas culturas arqueológicas nem sempre são claras, e novas pesquisas de campo e escavações frequentemente levam a revisões dos conhecimentos prévios.

Tunjo (objeto votivo)
Muísca, Tunjo (objeto votivo) | Foto: Jorge Bastos

Marcia Arcuri explica que as reconsiderações nas interpretações dos registros arqueológicos são sempre uma tendência, uma vez que ainda há muito a ser explorado nas pesquisas de campo. Ela destaca que as investigações arqueológicas requerem um grande investimento de recursos pessoais, financeiros e tecnológicos, além de um diálogo constante com a revisão dos paradigmas teóricos de diversas áreas de conhecimento relacionadas. Além disso, é fundamental manter um compromisso social com as populações originárias contemporâneas.

A curadora-adjunta conclui afirmando que, ao reconhecer o potencial das coleções arqueológicas para a pesquisa científica, valoriza-se o olhar dos colecionadores que se mantiveram atentos ao mundo dos objetos selecionados, uma característica marcante da coleção Landmann. A exposição “Comodato MASP Landmann – Cerâmicas e Metais Pré-colombianos” proporciona aos visitantes uma oportunidade única de apreciar e compreender a riqueza cultural e histórica das populações ameríndias através desses artefatos excepcionais.

Os ingressos para o evento custam entre R$ 30 e R$ 60, mas o acesso é gratuito às terças-feiras. É preciso agendar a visita previamente pelo site.

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