Mercado exibidor ainda busca estratégias para garantir um retorno sustentável do brasileiro às salas de cinema. Alternativa é estimular assiduidade com clubes de assinatura e pacotão de descontos
Redação Culturize-se
Estamos na temporada dos grandes lançamentos de cinema. Com produções como “A Pequena Sereia” e “Homem-Aranha Através do Aranhaverso” em exibição e com “Indiana Jones e a Relíquias do Destino”, “Barbie”, “Missão: Impossível 7”, entre outros, à espreita, o desafio é convencer o público a ir ao cinema diante de um cenário gradativamente mais adverso. Dos preços altos – que incluem estacionamento e pipoca, além do ingresso – à facilidade do streaming, que ainda ganhou um aliado -a janela cada vez mais curta entre o lançamento no cinema e à disponibilização no VoD (vídeo sob demanda).
Em fevereiro deste ano, houve uma experiência bem-sucedida, com adesão das principais redes de exibição em operação no País, com ingressos a R$ 10 por uma semana. A resposta do público foi contundente com sessões cheias e pessoas declarando nas redes sociais tendo visto três ou quatro filmes no cinema nesse intervalo.
É claro, que da perspectiva do modelo de negócio, não dá para padronizar o preço desta promoção. Isso não impede que o mercado busque alternativas para mitigar essa fuga gradual do público.
Coincidentemente, duas redes lançaram agora em junho pacotes que tentam atrair e fidelizar público para suas salas de cinema. A Cinemark, maior rede em operação no Brasil, lançou o Cinemark Club Black, um programa de assinatura, ao valor de R$ 35,90 mensais. Essa taxa garante dois ingressos para sessões que também podem ser 3D ou salas XD por mês, válidos para qualquer dia da semana, além de outras vantagens, sendo elas: um combo médio (pipoca e refrigerante) no mês de aniversário do cliente, até 20% de desconto em snacks selecionados e brindes exclusivos. Há, ainda, um programa de pontos que podem ser trocados por produtos na bomboniere.
Já a Cinesystem, com o apoio da Ingresso.com, lançou dois passaportes que oferecem vantagens no preço das entradas. O primeiro pacote é o Cinesystem Pass, que disponibiliza cinco ingressos por R$17 cada. Essas entradas são válidas para sessões 2D e 3D em todos os dias da semana nas Salas Stand e Cinépic. Já o segundo é o Cinesystem Pass VIP, que oferece cinco ingressos por R$30 cada e inclui as mesmas vantagens do pacote anterior, além de dar acesso também às salas vips.
“Sabemos que ir ao cinema faz parte da rotina de muitas famílias, além dos cinéfilos que nos acompanham a cada nova estreia. Foi pensando nesse público, que acumula na memória lembranças incríveis com as telonas como plano de fundo, que idealizamos esse produto. Agora vai ser possível viver a experiência de ir ao cinema ao máximo, assistindo a mais filmes e pagando ainda menos”, comenta Samara Vilvert, Gerente de Marketing e Produtos da Cinesystem.
Os modelos de Cinemark e Cinesystem são variações do Kinopass, que a Kinoplex já havia implementado há algum tempo e que ajudou a revigorar a frequência nos cinemas da rede. O produto consiste em passaportes que também oferecem preços descontados para sessões em diferentes salas – de R$ 16 a R$ 34. Com o passaporte Classe Econômica Plus, que dá acesso a salas standard em qualquer sessão 2D, é possível comprar 5 ingressos por R$ 80. Ou seja, o preço de duas entradas inteiras sem qualquer ação promocional.
Sobrevivência das redes de cinema
Nos EUA há uma guerra fria entre estúdios de cinema e redes de exibição sobre a janela de um lançamento no cinema e streaming. A Universal, por exemplo, disponibilizou o décimo “Velozes e Furiosos” em VoD apenas 20 dias depois do lançamento nas telas de cinema. No Brasil, o filme “Creed III”, estreou no dia 2 de março e desde 9 de junho está disponível sem custo adicional para os assinantes do Amazon Prime Video.
Diante de um cenário como esse, as redes de cinema precisam buscar soluções que seduzam o espectador e promover o barateamento dos ingressos, estimulando uma ida ao cinema em grupo pode ser a melhor alternativa em face das circunstâncias.
