A tortuosa gestação do 9º álbum de estúdio do The National

Redação Culturize-se

Matt Berninger se sentiu paralisado. O vocalista de 52 anos da banda The National, uma das mais duradouras e influentes do rock independente do século 21, estava lutando contra uma terrível crise de depressão e bloqueio criativo. “Eu não queria escrever, não queria fazer nada”, disse em recente entrevista à Variety.

Divulgação

As lutas pessoais de Berninger precipitaram talvez o período mais difícil da banda. Segundo a própria, havia considerável dúvida se eles lançariam outro álbum. No entanto, no final, o The National encontrou o caminho de volta: “First Two Pages of Frankenstein”, o nono álbum de estúdio da banda, apresenta um grupo rejuvenescido, com letras afiadas e comoventes.

Mas o processo foi tortuoso. “Era claro que Matt estava lutando para escrever letras, e então ficou ainda mais explícito que era mais do que isso”, observou o pianista Bryce Dessner. Embora a maioria dos remédios que Berninger tentou tenha se mostrado ineficaz (“Eu parei com antidepressivos e voltei para maconha e vinho, e isso ajudou um pouco”), foi o apoio da banda que o ajudou a recuperar um senso de normalidade.

Os irmãos Dessner convocaram algumas sessões de estúdio com Berninger, entendendo que ele não tinha letras ou melodias para trazer à mesa, mas com a intenção de ajudá-lo a descongelar criativamente.

Algumas músicas ajudaram Berninger a encontrar sua posição novamente como escritor, incluindo “Weird Goodbyes” e “Once Upon a Poolside” (a primeira, com a participação de Bon Iver, não está incluída na lista de faixas, mas foi lançada como single no ano passado).

Foi, porém, durante um dos inúmeros brainstormings que Berninger avistou uma cópia de “Frankenstein” e como em um estalo conseguiu escrever tudo o que queria – e precisava – sobre a depressão. “Você pode sentir isso no álbum”, diz Bryce. “Para nós, é bastante poético, na verdade, aquele sentimento de ir de uma mente confusa ou um dia nublado para o céu se abrindo.”

Conforme começaram a montar as músicas, a banda desenvolveu um desejo de recrutar colaboradores externos. “Frankenstein” conta com a participação de Sufjan Stevens (um amigo próximo e colaborador frequente), Phoebe Bridgers (em duas músicas) e Taylor Swift, cujos álbuns de 2020, “Folklore” e “Evermore”, foram co-produzidos por Aaron Dessner. “Estávamos apenas compartilhando músicas com nossos amigos e os escritores que mais invejamos e respeitamos”, diz Berninger.

Deixe um comentário