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Marina Sena busca novos sons em 2º álbum, “Vício Inerente”

Embalada pelo sucesso recente, cantora mineira busca inspiração em ritmos brasileiros e tenta transformar seu som em “Vício Inerente”

Por Gabriela Mendonça

Faz apenas dois anos que Marina Sena despontou no cenário musical com “De Primeira”, seu disco de estreia que inclui hits como “Por Supuesto” e “Voltei Pra Mim”. A mineira de Taiobeiras já tinha envolvimento com a música através da banda A Outra Banda da Lua, mas com seu primeiro projeto solo logo ganhou fama nacional. 

Divulgação

Alcançou o topo das paradas brasileiras, tocou nos principais festivais do país, incluindo Lollapalooza e Rock in Rio, foi indicada ao Grammy Latino e fez parcerias com nomes como Silva e Gal Costa. 

Com uma mistura de ritmos feitos para dançar e sensualizar, ela aproveitou o hype e logo começou a trabalhar no segundo álbum, “Vício Inerente”, lançado nesta sexta-feira (28). São 12 faixas, incluindo o single já lançado “Tudo Para Amar Você”, que replicam o que funcionou na sua estreia, adicionando novas camadas e estilos, como funk, reggaeton e hip hop. 

Seu primeiro trabalho com uma grande gravadora, a Sony, o disco se apoia demais no autotune na distorção de sua voz. Tema de polêmica ao longo desses anos, a voz anasalada é um traço marcante da música de Marina, e acaba escondida em tantos retoques, ainda mesmo na abertura do disco com “Dando Sarrada”, que apesar disso, mostra a potência pop do álbum. 

Mas é quando abre mão dessas transformações e expõe sua voz, como em “Mande Um Sinal”, que o álbum ganha força. Mais próxima de uma balada, é um dos pontos altos do disco. 

Salada musical

Sem se prender a nenhum estilo, Marina sabe brincar com os ritmos, fazendo faixas dançantes independente do gênero. Em alguns casos, como “Que Tal”, é um acerto. Em parceria com Fleezus, que despontou com o Brime dando força a um novo movimento do hip hop, é uma das melhores do disco, e mais distante do som que já faz. “Dando Sarrada” também acerta nessa mistura, hora com uma batida de funk, hora com eletrônico. 

Reprodução/Instagram @amarinasena

Em outros casos, não funciona tão bem, como “Mais de Mil”, que busca algo original com base em sons da rua – seja em São Paulo ou em Minas. Na prática, porém, agrada menos. 

Um novo olhar

Das transformações que afetaram a vida da cantora nos últimos anos estão a mudança para São Paulo e o romance, ambos refletidos e referenciados no disco. As letras provocativas, como em “Mais de Mil”, dividem espaço com “Me Ganhar” e “Sonho Bom”, que falam daquela fase inicial do romance, dominado pela paixão e pelo desejo. 

O álbum todo, inclusive, mostra essa jornada, de alguém que tem aproveitado o momento para curtir a vida, os rolês da cidade, os novos amigos e oportunidades. Porém, sem esquecer de quem é. Ela termina o disco deixando bem claro o que quer, e do que não abre mão: 

O meu coração, não vou deixar virar cimento

Quero me orgulhar de tudo que eu deixei pro tempo

Quero só gostar do tempo que eu passo comigo

Pra ficar comigo, pra ficar comigo, baby

Marina Sena aproveitou esses últimos dois anos para beber de muitas fontes musicais pelo Brasil, e soube aplicar isso em um disco divertido e dançante. Embora nem tudo funcione, ela passa pelo teste do 2º disco, que pode ser uma bomba, ou o próximo degrau da carreira de qualquer artista, e entrega um “Vício Inerente” que deve seguir em rotação nas pistas pelos próximos meses e, embora tenha a cara do verão, deve ajudar a esquentar esse inverno. 

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