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“Ferozes e Violentos 23” acaba de chegar ao streaming!

Edson Aran

O grande problema dos serviços de streaming é que a rotação do planeta não ajuda. A Netflix pensa até em comprar a Nasa pra ver se melhora isso. Mas enquanto a aquisição não rola, o planeta leva 24 horas para dar um rolê em torno dele mesmo e essa é a duração de um dia. Vinte e quatro horas. Como você passa pelo menos seis dormindo, outras oito trabalhando, duas se alimentando e por aí vai, não sobra muito tempo pra ver coisas no streaming. Ou nos streamings, porque agora tem um monte. Quando finalmente se joga no sofá é tanta opção e confusão que você se cansa e vai pro YouTube.

Filme, por exemplo. A sinopse é sempre enganosa, então o jeito é escolher pelo título, ir pela sonoridade da coisa e tentar encontrar algo que valha a pena assistir.

Uma dica: nome com numerais – “Ferozes e Violentos 23” – é sempre a continuação de um filme de ação. Mas se o numeral for menor do que dez – “Charles 3” – é produção histórica sobre algum monarca europeu. Entendeu? Muito bem. Vá em frente, mas cuidado com os enganos: “V2” não é uma série de espionagem com o Tom Cruise, “Apollo 11” não é bio-pic de rei francês e “George V” não é filme, é hotel.

Outro ponto importante: se o filme tem nome de lugar – “Estação da Luz” – é brasileiro da Retomada. Mas se tem alguém no lugar – “A Dama da Estação da Luz” – é brasileiro também, só que é pornochanchada.

A coisa funciona mais ou menos do mesmo jeito com objetos. “O Sapato” é iraniano, mas se tiver sujeito – “O Ladrão de Sapatos” – vira neo-realismo italiano.

Filme com receita exótica – “Mamão Verde Frito” – é cinema independente que passa em Sundance. Mas se não vier com a receita – “O Mamão” – é filme chinês que passa em Cannes.

Aprendeu? Vamos deixar mais complicado.

Filme que tem um “capitão” pode ser duas coisas: super-herói da Marvel ou documentário bolsonarista. Se a história se passa em um mundo absurdo sem qualquer relação com a realidade é o documentário. Não é difícil.

Mas tem ainda aquele título que engana, tipo “Pasokha”.

“Pasokha” pode ser um drama passado na Índia ou uma aventura passada em Tatooine. Aí só apertando o play pra conferir. Se tiver uma nova dança: Índia. Se for uma nova esperança: Tatooine. E agora a dica final Master Class para encerrar esse curso rápido. Filme com nome de bicho no plural – “Crocodilos” – é documentário da National Geographic. Mas se for no singular – “O Crocodilo” –  é filme cabeça do Darren Aronofsky. Logo, logo começam a reclamar que o ator não devia usar “croco-suit” e que o certo é escalar um jacaré autêntico pro papel. Aguarde.

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