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Drama erótico “Desejo proibido” capta rotação dos anseios femininos

Longa que chega aos cinemas brasileiros neste mês mostra história de paixão e intrigas na Polônia

Por Reinaldo Glioche

Responsável pela franquia “365 Dias”, um inesperado hit na vibe “50 Tons de Cinza” na Netflix, Tomasz Mandes está de volta com novo filme, “Desejo Proibido”, que mira o mesmo público – traz consigo até o galã da referida franquia, Simone Susinna -, mas ostenta mais ambição dramática.

Magdalena Boczarska vive Olga, uma juíza algo solitária que se ressente da falta de contato – e afeto -com a filha Maja (Katarzyna Sawczuk). Ela acaba se envolvendo com Max (Susinna), um praticante de esportes radicais que está na Polônia a passagem, mas acaba retido por ser alvo de um processo junto com seu companheiro de aventuras.

Foto: Divulgação/Paris Filmes

O processo, claro, é presidido por Olga que não sabe, ainda, que Max e sua filha tiveram um envolvimento prévio e que Maja não necessariamente superou o bonitão.

Estão aí todos os ingredientes para um romance tórrido e cheio de intrigas. Para além do dilema moral da protagonista, da relação cheia de rivalidade e ressentimentos com a filha, há as cenas de sexo, cuidadosamente coreografas e ambientadas em praias, rochas e mesas de escritórios.

Falta habilidade a Mandes, que também assina o roteiro, para costurar os conflitos e alinhavar as soluções. Não ajuda o fato de Susinna ser tão mau ator; embora vitais, esses elementos não deslegitimam quem busca uma drama erótico genérico, mas com gente bonita e bem filmado.

Novos anseios femininos

É interessante observar no escopo desses filmes, partindo do Big Bang que é “50 Tons de Cinza”, como os anseios femininos são abordados. A protagonista aqui está muito mais segura de sua sexualidade e de exercê-la, ainda que vitimada de inseguranças habituais a todas as mulheres, e não busca um “príncipe encantado”, mas um homem que possa lhe oferecer prazer e atenção. Isso tudo sem deixar de priorizar sua carreira. Para potencializar a comparação, basta opor os anseios de mãe e filha.

Observar esse pathos talvez seja o aspecto intelectualmente mais aprazível de “Desejo Proibido”, um filme desavergonhadamente comprometido com seu público.

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