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Afinal, comida congelada é aliada ou vilã?

Por Jéssica Stuque

Comer é bom. Comer bem é melhor ainda. Mas nem sempre temos tempo para preparar aquela bela quentinha na correria do dia a dia. Nesse cenário, pessoas e empresas começaram a apostar em fazer marmitas que atendam às necessidades de seus consumidores. Tem de todos os tipos e tamanhos, desde a lasanha vendida no mercado, até marmitas fit e sopa vegana! Além de serem práticas, são um mercado em potencial para empresários, principalmente as que são nutritivas. 
 

As opiniões sobre comida congelada já foram muito divididas: é saudável mesmo? A comida não perde os nutrientes? Na newsletter de tendências desta semana, vamos dar um panorama nesse mercado, tirar as dúvidas sobre saúde e ainda te dar dicas, caso você queira investir nas marmitinhas.

Comer comida congelada é saudável?

Segundo a nutricionista Bárbara Lima, a comida congelada pode ser, sim, uma grande aliada na alimentação, desde que se faça as preparações corretamente e com comidas mais caseiras. 

“Ela começa a ser vilã, quando compramos alimentos congelados que são mais industrializados (como lasanhas, hambúrgueres e pizzas) e passam a ter na composição muita gordura, muito sódio e muitos aditivos e conservantes”, explica a nutricionista.  Neste caso, é melhor evitar. Alimentos ultraprocessados quando consumidos em grandes quantidades fora de um contexto de alimentação saudável são grandes vilões e aumentam os riscos de doenças crônicas, como a obesidade.

Um quinto da população brasileira é obesa

O Brasil ainda é um dos países que tem a maior concentração de pessoas obesas no mundo. Fica em 3º lugar na população masculina e 5º entre a feminina, segundo uma pesquisa coordenada por cientistas do Imperial College London. 

Com tanta oferta, é cada vez mais importante que façamos escolhas conscientes na nossa alimentação. Hoje em dia, muitas pessoas oferecem informações nas redes sociais, mas 

Bárbara também alerta para o fato de haver muita desinformação na internet. 

Se você vai começar uma dieta ou está com algum problema de saúde, procure um nutricionista.
Uma outra fonte de informação segura é o Guia Alimentar para a População Brasileira divulgado pelo Ministério da Saúde.
 

#ficaadica
Foto: unplash

Do microempreendedor a empresas milionárias

Dona Vera prepara discos de biomassa de banana verde e hambúrgueres veganos em sua casa desde 2010. Moradora do bairro Jardim da Glória, ela percebeu um aumento na procura dos alimentos nos últimos anos, principalmente após o início da pandemia. Seus produtos são todos naturais. 

“Meu público são pessoas exigentes, que buscam uma alimentação mais saudável. Utilizo só produtos naturais, de alta qualidade.” 

Vera Lucia Furtado Freitas, microempreendedora

Um outro exemplo de sucesso é a foodtech Greentable. Fundada há três anos, a empresa já alcançou faturamento de mais de 10 milhões anuais em 2022 e pretende aumentar ainda mais depois de receber investimento de executivos ligados a instituições do setor bancário (UBS, Itaú e Credit Suisse) e alimentício (Marfrig). Hoje, a empresa é uma plataforma de alimentação saudável, possuindo restaurantes físicos, delivery e comidas congeladas. 

Pedro Semeone foi quem teve a ideia. Largou a carreira no mercado financeiro e fundou a empresa, que tem como objetivo entregar uma comida saudável do dia a dia. 

Em entrevista à Gazeta do Povo, ele disse: “Diferente de outras empresas de alimentos congelados, a Greentable tem uma proposta que preza muito pelo sabor, nutrição e aparência dos pratos nos segmentos que atuamos. Queremos mostrar que o comer saudável não é aquela alimentação restritiva normalmente associada ao vegetarianismo ou veganismo.”

A tal da sustentabilidade

O que Dona Vera e a Greentable têm em comum é apostar em um conceito que vem ganhando força: a saudabilidade. Literalmente, a palavra significa “qualidade do que é saudável”. 

O termo começou a ganhar força por causa dos elevados níveis de doenças relacionadas ao sedentarismo, à obesidade e aos maus hábitos da população. Além disso, o aumento da expectativa de vida ajuda a promover a ideia de investir em opções voltadas para o bem-estar. 

E, como já mostramos acima, é um pote de ouro para os negócios.

young woman selecting purchases in supermarket
Foto: Pexels

Como saber se a marmita é saudável?

Com o aumento da oferta de marmitas congeladas, é importante saber o que tem em cada uma delas. Aqui vão algumas dicas da nutricionista Bárbara Lima.

Pouca quantidade de sal e óleo

Procure por locais de confiança que identifiquem todos os ingredientes utilizados e mantenham um padrão de qualidade e higienização, além de se preocuparem com a quantidade de sal e óleo utilizados. 

Rótulo

Procure por marmitas que contenham rótulos. Segundo a nossa legislação, é obrigatória a declaração de data de fabricação, expressa em código ou linguagem corrente. E, opcionalmente: a data máxima para consumo, quando se tratar de embalagens de produtos destinados à venda a varejo; instruções para a conservação do alimento; instruções para o preparo do alimento; declaração do seguinte teor: “uma vez degelado, este produto não deverá ser novamente congelado”.

Embalagem que protege o alimento

A embalagem deve proteger as características organolépticas e de qualidade do produto; proteger o produto contra a contaminação,inclusive a contaminação pelo próprio material de embalagem; impedir perda de água, desidratação e qualquer vazamento; impedir que se transmita ao produto qualquer cheiro, cor, sabor, ou outra qualquer característica indesejável.

Dicas de ouro

  • Para diferenciar uma marmita saudável de uma não saudável, de maneira geral, avalie o seguinte: quanto menos ingredientes e nomes desconhecidos na lista de ingredientes, melhor. 
  • Veja se visualmente a marmita está agradável, sem nenhum tipo de odor. Opte sempre por opções mais caseiras e alimentos básicos do dia a dia. 
  • Considerando uma alimentação onívora, procurar por marmitas que contenham legumes, algum prato principal composto por uma fonte de proteína (carne vermelha, frango, peixes ou ovos) e um prato base composto em maior parte por carboidratos (arroz, feijão, purê, macarrão, mandioca). 

Comida congelada: mitos e verdades

Para finalizar, separamos alguns mitos e verdades da congeladinha, desvendados pela nutricionista Bárbara Lima. 

Frozen broccoli in lunch box on a concrete background with space for text.

Alimentos congelados perdem os nutrientes

Mito. Dos alimentos que podem ser congelados, só perdem nutrientes quando descongelados de maneira incorreta.

Pratos congelados contém muitos conservantes

Mito. Depende de quem produziu esse prato. O ideal é que os produtores utilizem o menos possível e dependendo do conservante, não faz mal à saúde.

Refeições congeladas não são saborosas

Mito. Se o congelamento for feito de maneira adequada, não tiver muita variação de temperatura e se o descongelamento for feito de maneira adequada, o sabor se mantém.

Comida feita na hora é mais saudável

Mito. Tudo depende do preparo da comida, se a comida feita na hora for utilizada muito mais óleo ou sal ou alimentos de baixa qualidade nutricional, não quer dizer que é mais saudável só porque foi feita na hora.

Comida congelada possui prazo de validade

Verdade. Deve ser identificada no rótulo a data de fabricação e data de validade. Cada alimento tem seu prazo de validade, mesmo que congelado.

Comidas congeladas engordam

Mito. Não existe nenhum alimento que, de forma isolada, engorda. Tudo depende do contexto alimentar do indivíduo e quais são as quantidades consumidas ao longo do dia. 

Comida congelada é coisa de gente preguiçosa

Mito. Comida congelada geralmente é um grande aliado à quem faz dieta e mantém uma alimentação balanceada, pra quem precisa reduzir tempo de preparo e otimizar a rotina. Claro que tudo depende de escolhas. Lasanhas congeladas, pizzas congeladas e hambúrgueres congelados não são a melhor opção. E muitas pessoas que tem preguiça ou não se aventuram na cozinha, acabam optando por essas opções. Às vezes por falta de conhecimento de quem produz as marmitas congeladas também.

Essa reportagem foi veiculada originalmente na newsletter Tendências de sexta-feira (27). Ainda não é assinante? Conheça nossos planos aqui.

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