Patrícia Froelich
O tema saúde mental está na boca da galera, mas entre o discurso e a prática há uma larga distância. Vivemos uma época em que a positividade é superestimada e até empenhada de forma tóxica, como se a tristeza, o desânimo, a preocupação e seus derivados não fizessem parte da vida humana. Vemos discursos rasos sobre a energia e a espiritualidade segregacionista. Seguindo na esteira de trazer elementos da minha vida ordinária e no intento de aflorar minha sensibilidade para este espaço, verso sobre o encontro que tive com minhas amigas no parque, no último domingo, sendo um momento extremamente prazeroso e revigorante; um respiro nas rotinas agitadas de trabalho.
É muito fácil sucumbir em compromissos diversos e não ter tempo para lazer e encontros, né? Eu sou a pessoa que cria grupo(s) no whatsapp e organiza os rolês, por acreditar que um encontro com as pessoas amadas pode ser bálsamo curativo para os dias que se seguem e combater nossa ansiedade coletiva.
Marquei no parque, levei vinho, bolo de chocolate e uma canga; solicitei que minhas jovens comadres levassem também uma canga, um come e seu chimarrão -agora revelei minha identidade, mas fique tranquila(o) que não sou da leva separatista. Lanchamos, bebemos, conversamos, sentamo-nos nas cangas estendidas no gramado, perto do laguinho que tem pedalinhos, peixes, tartarugas e próximo da rota que passa uma espécie de trem que atravessa o parque, bem como diversas arvores fabulosas. Este lócus se chama popularmente de Redenção e é um pontinho verde no meio da capital. Os gastos monetários do encontro foram simbólicos, mas o que valeu essa junção não tem preço! As amizades em questão advém do período da graduação, formação esta que fora em outra cidade e que as circunstâncias da vida nos permitiram seguir com a proximidade na capital gaúcha, o que realmente é uma grande dádiva, tem mais de doze anos de amizade nessa brincadeira. É uma preciosidade nutrir as boas e velhas amizades, né?
Considero a amizade um amor genuíno e na minha opinião seus respectivos (re)encontros alicerçam a saúde mental. Obviamente que fazer psicoterapia e cuidar da saúde de forma geral também são necessários e importantes, mas momentos como o sobredito auxiliam no alicerce da nossa saúde integral. Também acompanha o combo de coisas simples e importantes entrar em contato com a natureza e apreciar bons vinhos (me tornei enófila recentemente e recomendo com entusiasmo)! Para você, o que nutre a saúde mental? Qual encontro recente fez sua alma revigorar? Você tem trabalhado em excesso ou consegue equilibrar as diversas instâncias da vida? Qual seu programa preferido?
Após esse encontro no parque, já estamos confabulando a próxima edição da junção, com possibilidade de variar os comes e bebes. Agora a ideia é nos encontrarmos numa sexta-feira pós expediente para uma cervejinha gelada, batata frita e muita conversa sobre a vida e seus desafios e doçuras. O que você tem programado recentemente? Há espaço para suas amigas/amigos na sua agenda corrida e turbulenta?
A música que embalou essa coluna é o recente sucesso de Miley Cyrus – “Flowers”, que é uma delícia, assim como encontrar nossas pessoas queridas. Sobre a música: já ouviu? Gostou? Entendeu sobre o que versa a letra? E acerca da sua saúde mental, como ela anda? Como você faz para adubá-la? Quais tensões se concentram no seu corpo e mente? Como você relaxa; se permite descontrair? Lembre-se que descansar não é luxo, é uma necessidade vital!
Obrigada pela sua leitura atenciosa, volte sempre para essa coluna, aqui estamos entre amigas (os), tá?! Aliás, é seguro e estimado deixar um comentário 😊 A mensagem dessa coluna é: cuide-se e aproveite as delícias da existência terrena, com muita sabedoria! Pare de adiar as coisas boas, assine o clube do vinho (tenho cupom de desconto hehe) e marque de encontrar com suas amigas! Nos vemos na próxima coluna?