Veneza dá a largada com figuras históricas polêmicas

Por Mariane Morisawa, de Veneza | Fotos: Divulgação

31/08/2023

O 80º Festival de Veneza começou na quarta-feira (30) com a exibição de "Comandante", de Edoardo de Angelis. O filme é baseado na história real de Salvatore Todaro, capitão de um submarino italiano durante a Segunda Guerra Mundial. Depois de afundar um navio belga, Todaro descumpriu ordens e resgatou os tripulantes à deriva. É uma clara referência ao abandono de refugiados no Mediterrâneo, complicado pelo fato de Todaro estar lutando por um governo fascista.

Em "O Conde", Pablo Larraín volta ao tema que não consegue deixar: a ditadura militar no Chile. Aqui, o ditador Augusto Pinochet não morreu e vive como um vampiro de 250 anos comendo o coração de jovens. Até que uma freira é contratada para exterminá-lo. O filme nem sempre funciona, mas usa a ideia original e boas sacadas para falar de como o autoritarismo resiste. Estreia na Netflix no dia 15 de setembro, em homenagem aos 50 anos do golpe militar de 11 de setembro de 1973.

Em "Ferrari", Michael Mann faz um retrato complexo do fundador da companhia automobilística. É um homem poderoso e ambicioso que tenta trancar suas emoções dentro de si, especialmente depois da morte de seu filho.

Adam Driver faz Enzo Ferrari, e Penélope Cruz, sua mulher, Laura. O brasileiro Gabriel Leone interpreta o piloto Alfonso de Portago, um papel pequeno, mas crucial na trama. Mann coloca a gente dentro da pista e do luto de uma família.