Nas 20 imagens com a técnica de sobreposição recém integradas ao acervo do MAM, Claudia Andujar apresenta os rituais xamanísticos dos Yanomami
Redação Culturize-se | Fotos: Divulgação
A renomada artista e ativista Claudia Andujar, nascida na Suíça em 1931, será homenageada com a exposição "Sonhos Yanomami" no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A mostra ocorrerá de 5 de setembro de 2023 a 28 de janeiro de 2024, no Projeto Parede.
Andujar chegou ao Brasil em 1955 e começou sua carreira como fotojornalista e artista, estabelecendo-se no país. A fotografia se tornou sua maneira de se conectar com as pessoas e aprender sobre sua nova pátria. Em 1971, ela encontrou os Yanomami pela primeira vez e decidiu passar mais tempo com a comunidade, desenvolvendo laços estreitos com seus membros.
A série "Sonhos Yanomami" é um dos últimos trabalhos de Andujar, que utiliza seu extenso acervo de imagens sobre o povo Yanomami. As fotografias revelam os rituais xamanísticos e a relação dos Yanomami com os espíritos. Por meio desse projeto, Andujar busca compreender a genealogia e os aspectos culturais desse povo, integrando seres humanos, deuses e natureza em um fluxo contínuo.
A exposição apresentará 20 imagens sobrepostas, geradas a partir de cromos negativos fotografados desde 1971. Essa obra representa o período maduro da artista, que já tinha uma profunda intimidade com a cultura Yanomami. As fotografias revelam rituais liderados pelos xamãs, enfatizando a importância dos sonhos na cosmologia Yanomami.
Além disso, a exposição é também um reflexo do trabalho ativista de Andujar. Em 1978, ela fundou a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que teve um papel fundamental na campanha pela demarcação do território Yanomami. A luta pela preservação do povo, de sua cultura e de suas terras é o legado da vida de Andujar, que continua sendo ameaçado pela invasão ilegal do garimpo.