Livro explora antagonismos postos e desejáveis entre a esquerda e a cultura woke

Redação Culturize-se | Fotos: Divulgação; Reprodução/Wikipedia; Frrelik

O termo "woke" tem sido objeto de intenso debate nos círculos políticos e intelectuais, especialmente quando se trata de sua relação com a esquerda tradicional. Susan Neiman, filósofa e autora de "A Esquerda Não É Woke", mergulha profundamente nessa discussão, oferecendo uma análise crítica e perspicaz do movimento.

Neiman (foto) argumenta que, embora o "woke" compartilhe algumas semelhanças superficiais com a esquerda tradicional, ele se afasta de seus princípios fundamentais, especialmente o universalismo. Para Neiman, a esquerda é essencialmente universalista, buscando igualdade, justiça social e liberdade para todos, independentemente de sua identidade ou afiliação.

No entanto, o "woke" se concentra exageradamente em questões de identidade, tribalismo e uma visão de mundo maniqueísta, onde as pessoas são categorizadas com base em suas características étnicas, de gênero ou outras identidades. Neiman critica essa abordagem, argumentando que ela mina os objetivos da esquerda ao promover a divisão e o conflito em vez da solidariedade e da justiça.

Um dos pontos cruciais levantados por Neiman é a postura "canceladora" do "woke", onde indivíduos são punidos por expressar opiniões divergentes ou cometer erros. Para ela, essa abordagem é contraproducente e prejudica o debate aberto e a liberdade de expressão, valores essenciais para uma sociedade democrática.

Ao defender os valores da esquerda tradicional, Neiman enfatiza a importância do universalismo e da razão como ferramentas para promover a igualdade e a justiça social. Ela argumenta que a esquerda precisa se distanciar do "woke" e retomar seus princípios fundamentais para se tornar uma força política eficaz na busca por um mundo mais justo e inclusivo.