Redação Culturize-se | Fotos: Divulgação; Reprodução/THR; Reprodução/Rolling Stone; Mason Rose
Curtinho, apesar de ostentar 14 faixas, "The Age of Pleasure" é um álbum, que como entrega o nome, busca prover um bom momento de curtição para quem ouve. Depois de alguns discos bastante combativos - contra homofobia, racismo, machismo, entre outros, Monáe não está mais no "modo sobrevivência"
Monáe floresce em uma utopia pan-africana combinando influências diaspóricas a uma paisagem sonora afrofuturista. "Champagne Shit" combina um som de piano elétrico encontrado na música eletrônica etíope com um sintetizador sinuoso que imita a antiga flauta egípcia ney.
O blues sempre serviu como uma saída para pessoas negras e queer explorarem sua sexualidade e expressão de gênero. Subvertendo os olhares de cobiça e controle daqueles que desejam possuir e controlar seus corpos, Monáe adora sua própria carne e desejo, que, afinal, são moldados à imagem de Deus: "Se eu pudesse me possuir aqui e agora, eu faria isso."
Isso tudo para dizer que 2023 dificilmente terá um disco mais sexy e sexual do que "The Age of Pleasure"
Monáe surge à vontade, exibida, desejosa e ardente em canções como "Black Sugar Beach", "Lipstick Lover" e "Paid in Pleasure". Se o álbum é um romance tórrido e tropical, então Monáe interpreta tanto o galã de ombros largos como a mocinha ávida por tê-lo em seus braços.
Desvencilhando-se da pretensão, Monáe abraça esse bacanal no paraíso que tem tudo para embalar o verão no hemisfério norte - e mesmo o inverno das baladas brasileiras.