O artista plástico e multimídia Miguel Rio Branco expõe na Fundação Iberê, em Porto Alegre, "Palavras Cruzadas, Sonhadas, Rasgadas, Roubadas, Usadas, Sangradas", que reúne mais de 120 obras sobre as circunstâncias da resistência.
Redação Culturize-se | Fotos: Anderson Astor
A mostra foi organizada pelo próprio artista e pelo curador Thyago Nogueira e já foi exibida no Instituto Moreira Salles de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ela conta com mais de 127 obras que exploram a vivência do artista pelas cidades, as pessoas que ele encontrou e os ambientes que explorou, usando imagens como sua forma particular de escrita.
O trabalho de Rio Branco não se limita à fotografia documental; ele se inspira na pintura e no cinema. Ele é conhecido por seu uso da cor e pela construção de suas obras. A exposição começa nos anos 1970, quando Rio Branco se mudou para Nova York, onde começou a fotografar em preto e branco, registrando os contrastes sociais das metrópoles e a exclusão dos marginalizados.
Ao longo de sua carreira, o artista passou por várias fases, desde o uso de câmeras 35mm com alta velocidade até trabalhos mais contemplativos e pictóricos. Suas obras mais recentes apresentam texturas e jogo de luzes, criando uma fotografia mais expressiva.
Miguel Rio Branco vem de uma linhagem artística, com parentes ilustres como o caricaturista J. Carlos. Sua carreira abrange não apenas a fotografia, mas também o cinema, onde ele dirigiu curtas e longas-metragens e ganhou prêmios por sua direção de fotografia.
Ao longo de sua trajetória, suas obras exploraram temas como sensualidade, vida e morte, envelhecimento e isolamento social. Suas exposições funcionam como instalações, buscando criar um discurso por meio das imagens. Seu trabalho é uma reflexão profunda sobre a experiência urbana e coletiva.