Elizabeth Jobim exibe trabalhos inéditos na Galeria Raquel Arnauld

Exposição "A Linha Florescente" fica em cartaz na galeria paulistana entre 23 de setembro e 4 de novembro, com acesso gratuito. Criadas na pandemia, obras provocam as fronteiras entre pintura e escultura, convidando o público a explorar as texturas e profundidades do trabalho da artista.

Redação Culturize-se | Fotos: Divulgação

A mostra apresenta telas onde a criadora redefine a relação entre planos e dimensões, por meio de uma abordagem que incorpora elementos escultóricos em suas pinturas. Em vez de uma simples linha abstrata, ela une esses planos por meio de marcas físicas, tornando visível a interrupção e separação dos planos de cor.

Entre os destaques de sua produção atual está a preparação do linho e a técnica de pintura a óleo sobre tecido. Este mesmo tecido pintado também torna-se base para a costura, permitindo que a obra revele seus espaços, volumes e corpos, tanto na frente quanto no verso.

Segundo o crítico de arte Paulo Venancio, "a tela se organiza à maneira de um patchwork absolutamente bidimensional, uma construção de tecidos organizados e costurados fora do chassi, e como um transplante de bidimensional tornado pintura – a pele mesma pintura. Pele que atrai o tato, o contato físico da mão que advém do olhar".

"O campo se divide em dois, três. Um lado pintado a óleo, outro apenas em tecido, o branco do fundo e o cru do avesso à vista. O pano se desdobra e finalmente o avesso da costura se projeta para fora do plano; a tela se transformou num lugar onde panos cortados se cobrem, se unem com costuras e são esticados sobre a tela ou diretamente no chassi. Cortes, costuras, um abraço", declara Elizabeth.