Redação Culturize-se | Fotos: Divulgação; Reprodução? Guardian/ Fader/ Sun/ Rolling Stone
Ela já compôs para Lorde, Harry Styles e Billie Eilish, foi indicada a dois Grammys e esteve recentemente no Brasil para o C6 Fest. Agora, a inglesa Arlo Parks se prepara para o lançamento de seu terceiro álbum, "My Soft Machine"
A maior parte de My Soft Machine foi feita em Los Angeles, onde Parks passava longos períodos relaxando junto ao Oceano Pacífico, indo à praia com seus amigos, comendo frutas e ouvindo "Blonde" de Frank Ocean em um alto-falante
Embora muitas das histórias em My Soft Machine encontrem Parks retornando a memórias distintas de sua própria adolescência e refletindo e interagindo com elas de maneiras novas ampliadas pela vida adulta jovem, ela frequentemente repõe sua energia criativa no meio do álbum ao buscar a privacidade de suas próprias escapadas
"My Soft Machine" foi uma grande fonte de cura para a jovem de 22 anos, pois, pela primeira vez em sua carreira, ela está sendo essa voz para si mesma. Tudo isso decorre de seu próprio processo de escrita, que tem sido um exercício restaurador e um refúgio para ela. Ela chega até a chamá-lo de "a forma mais extrema de meditação".
Esse processo íntimo de escrever à mão seus próprios devaneios é algo que Parks encontrou inspiração no poeta Ocean Vuong, que escreveu seu romance de estreia On Earth We’re Briefly Gorgeous à mão, do início ao fim, em um pequeno apartamento em Nova York. "Isso me incentivou a pensar: 'Ok, meu caderno é sagrado. Preciso ter certeza de que estou dedicando tempo para anotar as coisas e ser mais seletiva com o que estou catalogando e os momentos que quero imortalizar'", diz ela.
O título do álbum vem de uma frase do filme "The Souvenir", de Joanna Hogg. Em uma cena, Anthony (Tom Burke) diz a Julie (Honor Swinton Byrne): "Não sabemos quais são as engrenagens internas de suas mentes, ou de seus corações. Não sabemos. Mas é isso que queremos saber quando assistimos a um filme. Não queremos apenas ver a vida se desenrolar como é. Queremos ver a vida como é vivida, dentro dessa máquina suave."
Uma grande referência para Parks tem sido Frank Ocean. Em My Soft Machine, ela cita a perspectiva de "vida pelos meus olhos" como sendo influenciada pelo single de 2017 de Ocean, "Provider". "Tudo parece ser esse tapeçaria de subjetividade, esse belo trabalho em retalhos de momentos lindos que você pode dizer que significam muito para ele. Isso também deixa espaço para o ouvinte juntar sua própria visão. Eles experimentam meu trabalho através dos seus olhos e criam um novo significado. É essa repetição infinita de subjetividade."
Uma das maiores habilidades de Parks é sua capacidade de alcançar um equilíbrio entre a aspereza e a suavidade. Inspirando-se na recusa de Ocean em ser categorizado e na abordagem musical de Jai Paul, que se deleita na imperfeição do caos controlado enquanto mantém um tipo distinto de romance, ela conseguiu encontrar uma referência para harmonizar histórias nostálgicas e sensuais com passagens de brutalidade e intensidade.
"My Soft Machine" chega às plataformas de streaming nesta sexta (26). Abaixo é possível ouvir o segundo disco da cantora inglesa, "Collapsed in Subeams".