Com presença e forças inéditas, o cinema do continente pode finalmente beliscar prêmios significativos em mais de uma mostra no festival francês
Há dois filmes na competição oficial: "Four Daughters", da diretora tunisiana Kaouther Ben Hania ("The Man Who Sold His Skin"), e "Banel & Adama", o primeiro longa-metragem da cineasta senegalês-francesa Ramata-Toulaye Sy.
Além disso, há "Omar la Fraise", um filme ambientado na Argélia selecionado para a sessão da meia-noite e quatro títulos na mostra Um Certo Olhar: os marroquinos "Les Meutes", de Kamal Lazraq, e o documentário "The Mother of All Lies", de Asmae El Moudir; "Omen", o primeiro longa-metragem do artista de hip-hop belga-congolês Baloji; e "Goodbye Julia", de Mohamed Kordofani, o primeiro filme sudanês a ser exibido na Croisette.
A seleção abrange diferentes gêneros e estilos cinematográficos. "Omar la Fraise" é uma comédia criminal que se inspira nos filmes de Sergio Leone e Takeshi Kitano, enquanto "Four Daughters" é um documentário experimental no qual um diretor, explorando a história de uma mulher cujas duas filhas mais velhas desapareceram, faz com que atrizes profissionais assumam seus papéis.
Mesmo com o aumento da presença africana em Cannes, existem críticas contundentes ao festival. "Cannes, repetidamente, parece apoiar apenas a África de língua francesa", disse Mo Abudu, fundadora do grupo de mídia nigeriano EbonyLife, em entrevista recente.