5 músicas de Chico Buarque para entender o Brasil

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Na última semana, o cantor recebeu em Portugal o Prêmio Camões, maior honraria da literatura em língua portuguesa.

Embora tenha sido premiado em 2019, o então Presidente Jair Bolsonaro nunca assinou o documento, que só foi entregue agora de mãos de Lula.

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Autor de crônicas, romances e peças de teatro, tem na escrita um de seus maiores talentos. Sua maior forma de expressão, porém, é através da música e suas letras tem muito a dizer sobre o Brasil. Da vida do brasileiro à censura da ditadura, as canções de Chico eternizam o país. Confira cinco faixas que retratam nossa história:

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Uma de suas músicas mais famosas, destaca as condições precárias de trabalho na construção civil. Feita em versos alexandrinos, destaca o descaso com os trabalhadores, que até em sua morte “atrapalham o trãnsito”.

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Construção (1971)

Censurada pela Ditadura, a música era uma mensagem aos generais da época. Apontando a opressão vivida no período, intensificadas pelo AI 5, Chico cantava “Você que inventou esse estado (...) Toda a escuridão”.

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Apesar de Você (1970)

Mas também deixava um recado, afirmando que os tempos escuros iriam acabar:

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Apesar de você Amanhã há de ser outro dia Eu pergunto a você onde vai se esconder Da enorme euforia Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar

Uma de suas músicas mais famosas, destaca as condições precárias de trabalho na construção civil. Feita em versos alexandrinos, destaca o descaso com os trabalhadores, que até em sua morte “atrapalham o trânsito”.

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Cálice (1973)

Como se assistíssemos a um desfile na avenida, Chico relembra a história sangrenta da colonização brasileira pelos portugueses em “Vai Passar”. Fala dos recursos naturais saqueados e enviados à Europa: “A nossa pátria mãe tão distraída / Sem perceber que era subtraída / Em tenebrosas transações

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Vai Passar (1984)

E ainda aponta as marcas da escravidão:

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Seus filhos Erravam cegos pelo continente Levavam pedras feito penitentes Erguendo estranhas catedrais

Parte da trilha da peça “Ópera do Malandro”, a música conta a história da travesti Geni, desprezada e maltratada pela cidade. A canção aponta a hipocrisia do povo, que não se importa e ser violento com geni, até que ela se torna a única opção de salvar suas vidas: “A cidade em romaria / Foi beijar a sua mão”

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Geni e o Zepelim (1978)

Mas, assim que Geni cumpre seu papel e salva a todos, volta a ser recriminada e humilhada: “Joga pedra na Geni”. Mesmo quem não acompanha a peça vê a crítica ao machismo e a maneira que a mulher é vista pela sociedade.

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